terça-feira, 10 de abril de 2012

Formação Profissional

Priscila Rose Junges¹
O curso de agronomia começou a existir em 1875 por decreto do imperador. Aproximadamente 25 anos depois foram criados dois novos cursos; um no estado de SP e mais tarde outro em MG.  Mas nesse momento o Engenheiro Agrônomo não era visto exatamente como profissional.
Somente com o Decreto nº 8.319, de 20 de outubro de 1910, que essa realidade começa mudar, pois nesse momento o ensino agronômico é realmente instituído no Brasil. Depois disso surgiram novas seis escolas entre 1901 e 1928 nos estados de RS, RJ, CE, PR e MG.
Com esse levantamento histórico sobre os anos em que os cursos foram surgindo é possível fazer uma afirmação incontestável de que os cursos eram para poucas pessoas. Em outras palavras podemos fazer uma reflexão. Imagine esses poucos cursos em nosso país enorme! Mas é assim mesmo que começou o ensino superior no Brasil e o pior é que agronomia é só um exemplo. Todos os cursos começaram assim!
E hoje o que muda? Claro... é um pouco mais fácil se formar e também existe mais faculdades e universidades. Mas pense em todos seus colegas do ensino médio... Todos eles estão estudando?  Ou a maior parte está no mercado de trabalho tendo que se contentar com um salário mínimo e agüentando a sociedade condená-los por terem que abandonar o sonho de ser aquele profissional que tanto desejaram ser.
            O ensino da Universidade não é de acordo com as necessidades sociais de uma região especifica. Ele segue um padrão instituído pelo Conselho Federal de Educação (CFE) que é responsável por estabelecer o mínimo de disciplinas indispensáveis para uma adequada formação profissional. Assim, quando o aluno se forma ele não está preparado para ajudar resolver os problemas de quem mais necessita, mas sim para trabalhar em empresas. O ensino está elitizado, ou seja, ele não é preparado para beneficiar a sociedade como um todo, mas para servir os mais ricos e deixá-los cada vez mais ricos.
            O ensino é fragmentado.  Essa afirmação pode ser aplicada em duas situações. A primeira é de que algumas partes de um curso são separadas e usada para formar outros cursos especializados nessa parte do original. Um exemplo disso é o curso de engenharia florestal e zootecnia que é um fragmento do curso de agronomia. Mas ainda tem outros cursos fragmentados como: engenharia da pesca, Engenharia Agrícola. Isso se não tem mais!  A segunda situação é que o próprio curso é fragmentado. Ou como podemos explicar as especializações de nossos professores em apenas uma área? Isso faz com que eles não se sintam envolvidos com o todo e entendam pouco das outras áreas. E nós alunos somos obrigados a seguir essa ideia e continuar separando tudo em gavetinhas... Até que chega o momento de nós começarmos trabalhar e ficamos cada vez mais dependentes de pessoas de outras áreas e tendo que nos submeter a ordens de patrão.


Priscila Rose Junges¹: Graduanda do 3º semestre do Curso de Comunicação Social – Hab. Jornalismo pela UFSM/Cesnors.

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