Priscila Rose Junges¹
O curso de
agronomia começou a existir em 1875 por decreto do imperador. Aproximadamente
25 anos depois foram criados dois novos cursos; um no estado de SP e mais tarde
outro em MG. Mas nesse momento o
Engenheiro Agrônomo não era visto exatamente como profissional.
Somente com
o Decreto nº 8.319, de 20 de outubro de 1910, que essa realidade começa mudar,
pois nesse momento o ensino agronômico é realmente instituído no Brasil. Depois
disso surgiram novas seis escolas entre 1901 e 1928 nos estados de RS, RJ, CE,
PR e MG.
Com esse
levantamento histórico sobre os anos em que os cursos foram surgindo é possível
fazer uma afirmação incontestável de que os cursos eram para poucas pessoas. Em
outras palavras podemos fazer uma reflexão. Imagine esses poucos cursos em
nosso país enorme! Mas é assim mesmo que começou o ensino superior no Brasil e
o pior é que agronomia é só um exemplo. Todos os cursos começaram assim!
E hoje o
que muda? Claro... é um pouco mais fácil se formar e também existe mais
faculdades e universidades. Mas pense em todos seus colegas do ensino médio...
Todos eles estão estudando? Ou a maior
parte está no mercado de trabalho tendo que se contentar com um salário mínimo
e agüentando a sociedade condená-los por terem que abandonar o sonho de ser aquele
profissional que tanto desejaram ser.
O
ensino da Universidade não é de acordo com as necessidades sociais de uma
região especifica. Ele segue um padrão instituído pelo Conselho Federal de
Educação (CFE) que é responsável por estabelecer o mínimo de disciplinas
indispensáveis para uma adequada formação profissional. Assim, quando o aluno
se forma ele não está preparado para ajudar resolver os problemas de quem mais
necessita, mas sim para trabalhar em empresas. O ensino está elitizado, ou
seja, ele não é preparado para beneficiar a sociedade como um todo, mas para
servir os mais ricos e deixá-los cada vez mais ricos.
O
ensino é fragmentado. Essa afirmação
pode ser aplicada em duas situações. A primeira é de que algumas partes de um
curso são separadas e usada para formar outros cursos especializados nessa
parte do original. Um exemplo disso é o curso de engenharia florestal e
zootecnia que é um fragmento do curso de agronomia. Mas ainda tem outros cursos
fragmentados como: engenharia
da pesca, Engenharia Agrícola. Isso se não tem
mais! A segunda situação é que o próprio curso é fragmentado. Ou
como podemos explicar as especializações de nossos professores em apenas uma
área? Isso faz com que eles não se sintam envolvidos com o todo e entendam
pouco das outras áreas. E nós alunos somos obrigados a seguir essa ideia e
continuar separando tudo em gavetinhas... Até que chega o momento de nós
começarmos trabalhar e ficamos cada vez mais dependentes de pessoas de outras
áreas e tendo que nos submeter a ordens de patrão.
Priscila
Rose Junges¹: Graduanda do 3º semestre do Curso de Comunicação Social – Hab.
Jornalismo pela UFSM/Cesnors.
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