segunda-feira, 21 de maio de 2012

"Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há..."


Agradecemos a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que o II ERA SUL estivesse acontecendo: organizadores, participantes (estudantes, agricultores e simpatizantes)!
Sua formação profissional e pessoal é VOCÊ QUEM FAZ!

II ERA Sul encerra suas atividades com debate sobre formação profissional e desafios da Agroecologia



O último dia do II ERA Sul, 01º de maio, iniciou com o 4º painel do encontro, com o tema: “A quem serve a nossa formação profissional e os desafios da construção da Agroecologia”, ministrada pelo mestrando em Desenvolvimento Rural, Edmundo Hoppe Oderich e pelo representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Rodrigo Sasso.
Quando questionado sobre como trazer mais pessoas para continuar essa construção na Agroecologia, Edmundo destaca que é preciso “tentar sensibilizar para mudar o modelo atual e ajudar a construir esse novo, tornando-se referência dentro da estrutura da Universidade, influenciando não só estudantes, mas a sociedade em geral, buscando parcerias com movimentos sociais, além disso, buscar contato com estudantes de outros cursos.” Fazendo-se possível a organização dos acadêmicos, começando dentro da universidade e expandindo esse novo modelo, o que foi destacado no II ERA Sul.
Para a construção da Agroecologia se faz importante “romper com a ciência clássica, romper com essa ‘quadradice’, buscando aquilo que nos une, não o que nos separa, dessa forma, juntar as habilidades individuais de cada um, que servirão para somar no grupo”, é o que destaca Rodrigo Sasso, durante a explanação que gerou debates sobre a temática apresentada.
Cada acadêmico deve assumir para a vida o investimento de se estudar em uma universidade pública, “esse dinheiro vem dos impostos da população de cada país e, quando esses saem formados, devem por em prática o que aprenderam na universidade e assim, aos poucos, buscarem mudanças para a sociedade em que vivem”, destaca Edmundo Hoppe Oderich, referindo-se que cada pessoa pode fazer sua parte e, assim, todos juntos construirmos um mundo mais sustentável.
Para a participante da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Erechim, “a iniciativa é válida, porque aqui foram trazidos princípios que não são discutidos na universidade e quando são, são superficiais, este é um bom espaço, pois são os estudantes buscando complementar sua formação”.
Ao término do evento que teve a participação de agricultores da região e mais de 300 estudantes dos cursos de Agronomia, Geografia, Direito, Ciências Sociais, Engenharia Ambiental, Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, Gestão Ambiental, Tecnólogo em Agronegócio, Enologia que é o estudo do vinho, Zootecnia, Licenciatura em Ciências da Natureza, Nutrição, Biologia, História, Engenharia Florestal, Enfermagem, Jornalismo, Terapia Ocupacional e Psicologia, contabilizaram-se a participação de nove Instituições de Ensino: UFRGS, UFPR, UNIPAMPA, UNIJUÍ, UFU, UFFS, UFSM, UEL E UFPEL. Além disso, fizeram-se presentes representantes da Colômbia, Venezuela e Argentina. Segundo avaliação da estudante de Agronomia da Universidade de Cundinamarca, na Colômbia, Nubia Carrillo o encontro foi “muito legal, um espaço de trocas de experiências, chamando gente nova para o Movimento Estudantil e para a luta pela Agroecologia”.

Adilvane Spezia e Andreia Primaz Eckhardt         

terça-feira, 1 de maio de 2012

Estudantes realizam a I Caminhada Ecológica em Frederico Westphalen para denunciar o “veneno na mesa”

Estudantes realizam a I Caminhada Ecológica em Frederico Westphalen para denunciar a o “veneno na mesa”
Estudantes da FEAB – Federação dos Estudantes da Agronomia do Brasil, ABEEF – Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal, ENEBio – Entidade Nacional de Estudantes de Biologia, bem como os Estudantes Secundaristas, o Movimento Estudantil e o Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA organizaram-se na manhã desta segunda-feita, 30 de abril 2012,  para concretização da I Caminhada Ecológica de Frederico Westphalen com o lema: “Um novo mundo existirá se o construirmos!”. Além disso, somaram-se a estes a Escola Cardeal Roncalli e a Escola Estadual de 1º Grau Cons Edgar Marques de Mattos, do município. 
O objetivo é mostrar á sociedade quais são as questões que giram em torno do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos, onde cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano, dados este da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Por meio desta interatividade com a mesma, foi possível explanar um pouco daquilo que está sendo abordado nesses 4 dias do II ERA Sul, de que não estamos isentos de, todos os dias, ingerirmos agrotóxicos em nossa alimentação. Por isso, se faz necessária a discussão da Agroecologia como uma Ciência e também como um modo de vida. 
A ideia da I Caminhada Ecológica surge da necessidade de debatermos e mostrar para sociedade que a juventude está interessada e que tem conhecimento do que está acontecendo, a caminhada teve o enfoque de denunciar a problemática dos agrotóxicos, teve como principal objetivo debater isso e levar para a sociedade. Para que possamos debater novas formas de produção, que sejam saudáveis, viáveis e sustentáveis. “O contato se deu no decorrer do planejamento do II ERA Sul e fomos bem recebidos por toda a direção, apoiando a iniciativa e liberando os alunos para que viessem participar, e vieram em grande número, isso mostra a boa aceitação e conseguindo debater sobre o tema com as escolas”, destaca o acadêmico do Curso de Engenharia Florestal e militante da ABEEF, Marcos Lazzaretti. 
Para a professora de português da Escola Cardeal Roncalli, Marlei Piccin, “este é um bom trabalho que dever ser feito, apoiado e valorizado, destacando os males que os agrotóxicos trazem para a saúde humana. A conscientização deve ser feita desde pequenos e isso é o papel da escola, contribuir com a formação e conscientização das crianças”. 
A caminhada foi o ponto inicial o 1º passo para nós estarmos iniciando este debate nas escolas públicas e na Universidade, trazendo a problemática do “veneno na mesa” para que possa ser discutido e debatido, pois não adianta esconder, e, ao longo deste debate, começar a levantar alternativas, construindo uma nova forma de agricultura, que é a Agroecologia, destaca a comissão organizadora do evento. 
A caminhada teve uma boa repercussão com mais de 450 estudantes, onde foi possível realizar o diálogo com a sociedade com a entrega de mudas e sementes. “Tem que ficar claro que é essa a realidade que está dada, também somos responsáveis por isso, pois no modelo atual de produção, não somos só consumidores, mas também somos responsáveis por construir uma nova alternativa, para isto não se agravar ainda mais, nós jovens temos essa responsabilidade de pensar novas alternativas e trazer este debate para dentro da Universidade”, conclui Marcos Lazzaretti.

Equipe de Comunicação do II ERA Sul 


























Créditos: Adilvane Spezia, Andreia Primaz Eckhartd e Fernanda Maria Haiduck.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Agroecologia: conceitos e experiências são destaques no 3º dia do II ERA Sul




Na sequência das atividades do II Encontro Regional de Agroecologia da Região Sul, no dia 30 de abril de 2012, que está em andamento desde o dia 28 do mesmo mês, nas dependências da UFSM/Cesnors e do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen, realizou-se o 3º painel da programação. Este foi ministrado pelo Eng. Agrônomo e Diretor Técnico da Emater – RS, Gervásio Paulus, com o tema “Agroecologia: conceitos e experiências”.
Gervásio destaca que é necessária a preservação dos recursos naturais para as gerações futuras, pois se continuarmos neste consumo exagerado nosso planeta não vai suportar tamanho crescimento. Ressaltando ainda, o cuidado com os Biomas Únicos, referindo-se neste caso ao Pampa, onde 500 mil hectares são de campos ainda nativos, os quais sofrem perdas com o avanço do monocultivo de grãos.
O desenvolvimento da agricultura passa tanto por processos biológicos como por processos culturais. O êxodo rural e a migração dos agricultores para os grandes centros urbanos equivale, segundo Gervásio, à população argentina.
A programação do dia contemplou também os seguintes painéis paralelos que foram ministrados nas dependências da UFSM/Cesnors, que são: Soberania Alimentar, realizada pelo Engenheiro Agrônomo e representante do MPA, Marcelo Leal Teles da Silva; Extensão, apresentada pelo mestrando em Desenvolvimento Rural, Edmundo Hoppe Oderich; Conjuntura da América Latina, apresentada pelos representantes da Venezuela, Alexandre Alayo e Pablo Alejandro Peres; Legislação Ambiental e Eco Verde, ministrada pela Bióloga e representante do MPA, Debora Waleska Sasdelli Varoli; Soberania Energética, realizada pelo representante do Movimento dos Atingidos pelas Barragens – MAB, Rafael Junior Motter; e Agrotóxicos, ministrada pela Professora Doutora em Toxicologia e Saúde da Mulher pela Universidade de São Paulo- USP, Mara Tagliari.
Os painéis abrangeram os âmbitos histórico, social e humano, sem deixar de passar pela área de Legislação Ambiental, onde foram destacados os dois tipos de títulos verdes, o CREDD (Certidão de Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação) e o CCRA (Certidão de Cota de Reserva Ambiental), bem como pelo âmbito político e conjuntural da América Latina e da Região, quando falamos de Soberania Energética.
A noite foi contemplada com uma apresentação dos representantes do Grupo GALO - Grupo de Agroecologia de Londrina – PR, Felipe Machado de Freitas e André Luis Alves Miguel, sobre a 11ª Jornada de Agroecologia que será realizada dos dias 11 á 14 de julho de 2012, em Londrina no Paraná, com uma previsão de 5 000 participantes, vindos na sua maioria da Região Sul, sem deixa de ter representações do Brasil e da América Latina.
As temáticas do dia trouxeram reflexões da Agroecologia e suas práticas. Já que esta não é um estilo ou modo particular de fazer agricultura, pois esta articula e requer conhecimentos das Ciências Biológica, Agrárias e Humanas, sempre aliadas ao saber empírico dos camponeses. “Sustentável é a forma como eu devo agir em relação às pessoas que estão ao meu redor, e com o Ambiente em que estou inserido”, conclui Gervásio Paulus.

Equipe de Comunicação do II ERA Sul
















Créditos: Adilvane Spezia, Juliete Maria Frighetto  e Andreia Primaz Eckhardt

Oficinas do II ERA Sul abrangem a região do Médio Alto Uruguai


O segundo dia do evento iniciou suas atividades com o 2º painel, na manhã deste domingo. Este foi assessorado pela estudante de Agronomia da UFRGS e militante da FEAB, Daniele Calvichioli, com o tema: “Relações profissionais nas Engenharias e Gênero”, que procurou explanar ideias, conceitos e dados, que posteriormente, trouxeram questões para debate, afirmando que a relação entre homens e mulheres é importante para a Agroecologia.
Daniele destacou a desigualdade existente entre homens e mulheres, não só socialmente como também, profissionalmente. As mulheres são violentadas e mortas todos os dias, na maioria das vezes, por pessoas com quem convivem diariamente, a cada 04 minutos, uma mulher é espancada no Brasil. Outra questão levantada pela assessora é em relação ao salário desigual entre homens e mulheres, pois estas, tendo a mesma formação profissional e trabalhando da mesma forma que os homens, recebem um valor bem menor.
A acadêmica Daniele destacou que, em 2009, segundo dados do IBGE, “o número de pessoas que se matriculavam em uma universidade representava 28% de homens brancos; 35% mulheres brancas; 14% homens negros; 20,5% mulheres negras, portanto analisando esses dados poderíamos concluir que, as mulheres têm mais acesso à educação, porém quando comparamos com os dados também do IBGE, nos deparamos com uma divergência, pois o rendimento mensal de um homem branco é de aproximadamente R$ 1.500,00; de uma mulher branca é R$ 1.000,00; de um homem negro, R$ 800,00; de uma mulher negra, R$ 500,00.” Destacando esses dados, ela questiona os participantes se há ou não igualdade entre homens e mulheres, resposta que, segundo ela, fica evidente, “não há igualdade”, exemplificando assim, a área da Engenharia, onde os homens recebem até 45% a mais do que as mulheres.
Na sequência da programação, foram realizadas as oficinas, sendo estas divididas em duas partes, a primeira teórica que aconteceu nas dependências da UFSM/Cesnors, em Frederico Westphalen e, a segunda parte, foi realizada em locais distintos, sendo estas:
1) Sementes Crioulas: apresentada pelo mestrando de Melhoramento Genético, da UFSC, Anderson Munarini e pelo Tecnólogo em Agroecologia Emelson Maciel Bonamigo dos Santos, ambos representantes do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, a qual foi realizada nas dependências da UFSM/Cesnors;
2) Mudas Nativas: apresentada pelo Engenheiro Agrônomo, Mairo Trentin Piovesan, a qual foi realizada em Pinhal –RS;
3) Planta Medicinas e Elixir: ministrada pela Bióloga e representante do MPA, Debora Waleska Sasdelli Varoli, nas dependências do Colégio Agrícola de Frederico Westphalen - CAFW;
4) Pastoreio Racional Voisin: realizada pelo Médico Veterinário e representante da Emater, Ricardo Lopes Machado, visualizada no município de Constantina;
5) SAF’s - Sistemas Agroflorestais: ministrada na Linha Faguense - FW pelo Engenheiro Agrônomo e representante do MPA, Marcelo Leal Teles da Silva;
6) Compostagem, vermicompostagem e alporquia: ministrada por Felipe Machado de Freitas e André Luis Alves Miguel, estes representantes do grupo GALO - Grupo de Agroecologia de Londrina – PR, realizada nas dependências do CAFW;
7) Soberania Energética - agrocombustíveis: efetuada pelo Engenheiro Agrônomo e representante do MPA, Marcos Joni de Oliveira, a qual foi realizada em Caiçara – RS;
8) Sementes Florestais: ministrada por Amilton Fernando Munari, realizada nas dependências da UFSM/Cesnors – FW.
Essas oficinas proporcionaram aos participantes a prática de algumas técnicas que envolvem a Agroecologia, buscando explaná-las e desenvolvê-las, na medida em que abordaram os âmbitos históricos, estruturais, financeiro, humano, social e cultural. Como destaca o Médico Veterinário, Ricardo Lopes Machado, que “a tecnologia deve vir para libertar, humanizar e viabilizar o trabalho”.
Terezinha Ferreira, camponesa do município de Constantina, destaca que sua família há alguns anos, antes de começar o projeto, iria deixar o campo, “antes da implantação do Pastoreio Racional Voisin – PRV, era sempre uma correria, o piá saiu de casa na verdade por isso, porque era muito sofrimento pra nós, e hoje é uma brincadeira, eu toquei a propriedade 22 dias sozinha, hoje é outra realidade, hoje tem outra diferença, mudou muito pra melhor”. Com orgulho, a família destaca que foi a primeira vez que estudantes vieram visitar a propriedade, reforça ela que “jamais imaginaria que o trabalho que está sendo feito aqui, poderia contribuir para a formação de estudantes”.
Na parte da noite, houve um treinamento para a I Caminhada Ecológica de Frederico Westphalen que terá como lema: “Um novo mundo existirá se o construirmos!”. Os participantes do II ERA Sul se dividiram em grupos cada qual com uma função, estas serão postas em prática verdadeiramente na segunda-feira, pela parte da manhã, na cidade de Frederico Westphalen, onde escolas e participantes do  encontro, estabelecerão uma interatividade com a sociedade, na busca de explanar sobre a temática da Agroecologia, através do diálogo com a mesma.


Equipe de Comunicação do II ERA Sul